sábado, 16 de março de 2013

Fundamentos de Fotografia para Publicidade e Propaganda:
Aula 02 - 08.03.2013

A fotografia foi apresentada ao mundo em 19 de agosto de 1839 e é resultado do trabalho de dois franceses: Louis Jacques Mandé Daguerre e Joseph Nicéphor Niépce.
A Fotografia é um fenômeno físico - químico usada para fixar imagens.
A luz cria sombras e altas - luzes, e é isto que revela a forma espacial, as cores, o tom, a textura e o desenho.
Luz é uma onda eletromagnética visível pelo olho humano e captada pelos filmes fotográficos.
Os comprimentos de ondas entre 400 e 700 nanômetros.
Os Tipos de luz: luz natural e luz artificial.

A Câmera Fotográfica:

A luz entra por um orifício e forma uma imagem invertida e de cabeça pra baixo no filme/CCD.
Um espelho desvia a luz para o prisma que conduz a imagem para o olho.
A câmera se divide em 3 partes fundamentais: corpo ou câmera escura, visor ou ocular e objetiva.
O rádio de cima da câmera que é o transmissor que vai pro receptor.
Fotografar em AI na publicidade é ter a qualidade máxima. Alta qualidade.

One-Shot:

Este é o modo que grande parte dos fotógrafos utilizam em seu dia a dia de trabalho. É para fotos paradas.

Al Servo:

O modo AL-SERVO ou CONTINUOUS FOCUS (foco contínuo), é usado para motivos em movimentos. 

Al Focus:

Este modo é uma junção dos dois acimas.
A câmera irá automaticamente selecionar o modo de auto-focus que irá se utilizar, revezando entre ONE-SHOT e AL-SERVO, de acordo com a necessidade da cena.
Caso a câmera perceba o objeto em movimento, ela automaticamente irá usar o modo AL-SERVO e caso ela perceba que o objeto se encontre estático, da mesma forma ela irá utilizar o modo ONE-SHOT. 

Visor ou Ocular:

Permite o fotógrafo compor a imagem antes de fotografar.

A câmera fotográfica pode ser classificada pelo formato, filme que utiliza ou pelo tipo visor que emprega.

Grande Formato: 

- Utilizam chapas 4x5 ou 8x10 polegadas (10x12 e 20x25)
- Largamente usadas em publicidade

Formato Médio:

- Rolo de 120. Formatos: 6x4.5, 6x6, 6x9, 6x12, 6x17
- Também usado na publicidade
- Tem visor reflex ou direto

Pequeno Formato:

- Formato que utiliza filme em magazines de 135, normalmente 35 mm
- Livres e rápidas
- Variada gama de acessórios e objetos
- Utilizadas em jornalismo, fotografia social, científica, ambiental e etc.
- Mais usada, mais barata.




terça-feira, 12 de março de 2013

A História da Fotografia:
A luz, por onde tudo começou

Para que possamos compreender o fenômeno da fotografia, é necessário conhecer algumas propriedades físicas da luz. A luz é uma forma de energia eletromagnética radiante, à qual nossos olhos são sensíveis. A maneira como a vemos e como a fotografamos é diretamente afetada por duas importantes características da luz: ela viaja em linha reta e a uma velocidade constante. A luzpode ser refletida, absorvida e transmitida.

A luz, por onde tudo começouQuando a luz é refletida por um objeto, se propaga em todas as direções.

O orifício de uma câmara escura, quando diante desse objeto, deixará passar para o interior alguns desses raios que irão se projetar na parede branca. E como cada ponto iluminado do objeto reflete assim os raios de luz, temos então uma projeção da sua imagem, só que de forma invertida e de cabeça para baixo.

Como cada ponto do objeto corresponde a um disco luminoso, a imagem formada possui pouca nitidez e, a partir do momento em que se substitui à parede branca pelo pergaminho de desenho, esta falta de definição passou a ser um grande problema para os artistas que pretendiam usar a câmara escura na pintura. 
A História da Fotografia:
A câmera escura, o princípio da fotografia

A câmera escura, o princípio da fotografiaA fotografia não tem um único inventor. Ela é uma síntese de várias observações e inventos em momentos distintos. A primeira descoberta importante para a photographia foi a "câmara obscura". O conhecimento de seus princípios óticos se atribui a Aristóteles, anos antes de Cristo, e seu uso para observação de eclipses e ajuda ao desenho, a Giovanni Baptista Della Porta.

Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol, durante um eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua quando seus raios passarem por um pequeno orifício entre as folhas. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.

Séculos de ignorância e superstições ocuparam a Europa, sendo os conhecimentos gregos resguardados no oriente. Um erudito árabe, Alhazem, descreveu a câmara escura em princípios do século XI.

A câmera escura, o princípio da fotografiaNo século XIV já se aconselhava o uso da câmara escura como auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci fez uma descrição da câmara escura em seu livro de notas, mas não foi publicado até 1797. Giovanni Baptista Della Porta, cientista napolitano, publicou em 1558 uma descrição detalhada da câmara e de seus usos. Esta câmara era um quarto estanque à luz, possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca.

Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem projetada, diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao artista identificá-la.

Este problema foi resolvido em 1550 pelo físico milanês Girolamo Cardano, que sugeriu o uso de uma lente biconvexa junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder a nitidez.
A câmera escura, o princípio da fotografia
Isto foi possível graças à capacidade de refração do vidro, que tornava convergentes os raios luminosos refletidos pelo objeto. Assim, a lente fazia com que a cada ponto luminoso do objeto correspondesse um pequeno ponto de imagem, formando-se assim, ponto por ponto da luz refletida do objeto, uma imagem puntiforme.

Desse modo, o uso da câmara escura se difundiu entre os artistas e intelectuais da época, que logo perceberam a impossibilidade de se obter nitidamente a imagem, quando os objetos captados pelo visor estivessem a diferentes distâncias da lente. Ou se focalizava o objeto mais próximo, variando a distância da lente / visor (foco), deixando todo o mais distante desfocado, ou vice-versa. Danielo Brabaro, em 1568, no seu livro "A prática da perspectiva" mencionava que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da imagem. Assim, outro aprimoramento na câmara escura apareceu: foi instalado um sistema, junto com a lente, que permitia aumentar e diminuir o orifício. Este foi o primeiro "diaphragma".

A câmera escura, o princípio da fotografiaQuanto mais fechado o orifício, maior era a possibilidade de focalizar dois objetos a distâncias diferentes da lente.

Nesta altura, já tínhamos condições de formar uma imagem satisfatoriamente controlável na câmara escura, mas gravar essa imagem diretamente sobre o papel sem intermédio do artista era a nova meta, só alcançada mais tarde com o desenvolvimento da química. 
A História da Fotografia:
A química, em auxílio à fotografia

Em 1604, o cientista italiano Angelo Sala, observou que certo composto de prata se escurecia quando exposto ao sol. Acreditava-se que o calor era o responsável.

Em 1727, o professor de anatomia Johann Schulze, da universidade alemã de Altdorf, notou que um vidro que continha ácido nítrico, prata e gesso se escurecia quando exposto à luz proveniente de uma janela. Por eliminação, ele demonstrou que os cristais de prata halógena, ao receberem luz, e não o calor como se supunha, se transformavam em prata metálica negra. Como suas observações foram acidentais e não tinham utilidade prática na época, Schulze cedeu suas descobertas à Academia Imperial de Nuremberg.

Em 1802, Sir Humphrey Davy publicou uma descrição do êxito de Thomas Wedgewood na impressão de silhuetas de folhas e vegetais sobre couro. Thomas, o filho mais moço de Josiah Wedgewood, o famosos ceramista inglês, estando familiarizado com o processo de Schulze, obteve essas imagens mediante a ação da luz sobre o couro branco impregnado de nitrato de prata. Mas Wedgewood não conseguiu "fixar" essas imagens, isto é, eliminar o nitrato de prata que não havia sido exposto e transformado em prata metálica, pois apesar de bem lavadas e envernizadas, elas se escureciam quando expostas à luz.

A câmara escura também era do conhecimento da família de Wedgewood. Josiah a usava constantemente para desenhar casas de campo e copiar seus desenhos nas suas famosas porcelanas. No entanto, seu filho não chegou a obter imagens impressas com o auxílio da câmara escura devido à sua morte prematura, aos 34 anos.

Aos 40 anos, Nicéphore Niépce se retirou do exército francês para dedicar-se a inventos técnicos, graças à fortuna que sua família havia feito com a revolução. Nesta época, a litografia era muito popular na França e, como Niépce não tinha habilidade para o desenho, tentou obter através da câmara escura uma imagem permanente sobre o material litográfico de imprensa. Recobriu um papel com cloreto de prata e expôs durante várias horas na câmara escura, obtendo uma fraca imagem parcialmente fixada com ácido nítrico. Como essas imagens eram negativas e Niépce queria imagens positivas que pudessem ser utilizadas como placas de impressão, determinou-se a realizar novas tentativas.

Após alguns anos, Niépce recobriu uma placa de metal com betume branco da judéia, que tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz.

A química, em auxílio à fotografiaNas partes não afetadas, o betume era retirado com uma solução de essência de alfazema. Em 1826, expondo uma dessas placas durante aproximadamente 8 horas na sua câmara escura, conseguiu uma imagem do quintal de sua casa.

Apesar dessa imagem não ter meios tons e não servir para litografia, todas as autoridades na matéria a consideram a primeira fotografia permanente do mundo. Esse processo foi batizado por Niépce de "HELIOGRAFIA", gravura com a luz solar.

Foi através dos irmãos Chevalier, famosos ópticos de Paris, que Niépce entrou em contato com outro entusiasta que procurava obter imagens impressionadas quimicamente: Louis Jacques Mandé Daguerre. Este, durante alguns anos, causara sensação em Paris com o seu "Diorama", um espetáculo composto por enormes painéis translúcidos pintados por intermédio da câmara escura, que produziam efeitos visuais (fusão, trimensionalidade) através de iluminação controlada no verso destes painéis.

Niépce e Daguerre durante algum tempo mantiveram correspondência sobre seus trabalhos. Em 1829 firmaram uma sociedade com o propósito de aperfeiçoar a Heliografia, compartilhando seus conhecimentos secretos. 
Louis Jacques Mandé Daguerre

Louis Jacques
Mandé Daguerre
Daguerre, ao perceber as grandes limitações do betume da Judéia, decidiu prosseguir sozinho nas pesquisas com a prata halógena. Suas experiências consistiam em expor, na câmara escura, placas de cobre recobertas com prata polida e sensibilizadas sobre o vapor de iodo, formando uma capa de iodeto de prata sensível à luz.

Dois anos após a morte de Nièpce, Daguerre descobriu que uma imagem quase invisível, latente, podia revelar-se com o vapor de mercúrio, reduzindo-se assim de horas para minutos o tempo de exposição. Conta a história que uma noite Daguerre guardou uma placa sub-exposta dentro de um armário onde havia um termômetro de mercúrio que se quebrara. Ao amanhecer, abrindo o armário, Daguerre constatou que a placa havia adquirido uma imagem de densidade bastante satisfatória, tornara-se visível. Em todas as áreas atingidas pela luz o mercúrio criava um amálgama de grande brilho, formando as áreas claras da imagem. Após a revelação, agora controlada, Daguerre submetia a placa com a imagem a um banho fixador, para dissolver os halogenetos de prata não revelados, formando as áreas escuras da imagem. Inicialmente foi usado o sal de cozinha, o cloreto de sódio, como elemento fixador, sendo substituído posteriormente por Tiosulfato de sódio (hypo) que garantia maior durabilidade à imagem. Este processo foi batizado com o nome de Daguerreotipia.

Através do amigo Arago, que era então membro da câmara e deputados da França, Daguerre, em 1839, na Academia de Ciências e Belas Artes, descreveu minuciosamente seu processo ao mundo em troca de uma pensão estatal. Mas, dias antes, por intermédio de um agente, Daguerre requereu a patente de seu invento na Inglaterra.

Rapidamente, os grandes centros urbanos da época ficaram repletos de daguerreótipos, a ponto de vários pintores figurativos, como Dellaroche, exclamarem em desespero: "A pintura morreu". Como sabemos, foi nessa efervescência cultural que foi gerado o impressionismo.

Apesar do êxito da daguerreotipia, que se popularizou por mais de vinte anos, sua fragilidade, a dificuldade de se ver a cena devido à reflexão do fundo polido do cobre e a impossibilidade de se fazer várias cópias partindo-se do mesmo original, motivaram novas tentativas com a utilização da fotografia sobre o papel. 
A História da Fotografia:
Hercules Florence - A descoberta isolada da fotografia no Brasil

O francês Hercules Florence, aplicou-se a uma série de invenções durante os 55 anos em que viveu no Brasil até sua morte, na Vila de São Carlos (Campinas).

Em 1830, diante da necessidade de uma oficina impressora, inventou seu próprio meio de impressão, a POLYGRAPHIE, como ele a chamou. Seguindo a meta de um sistema de reprodução, pesquisou a possibilidade de se reproduzir usando a luz do sol e descobriu um processo fotográfico que chamou de PHOTOGRAPHIE, em 1832, como descreveu em seus diários da época, anos antes de Daguerre. Em 1833, Florence fotografou através da câmara escura com uma chapa de vidro e usou um papel sensibilizado para a impressão por contato.

Enfim, totalmente isolado e sem conhecimento do que realizavam seus contemporâneos europeus Niépce, Daguerre e Talbot, obteve resultados fotográficos. 
A História da Fotografia:
Fox - Talbot: um nobre aperfeiçoando a fotografia

Um TALBOTIPO - Os Jogadores de xadrez, por Talbot

Um TALBOTIPO - Os Jogadores de xadrez, por Talbot
Na Inglaterra, um descendente de família nobre, membro do parlamento britânico, escritor e cientista aficionado, WILLIAM HENRY FOX-TALBOT, usava a câmara escura para desenhos em suas viagens. Na intenção de fugir da patente do daguerreótipo em seu país e solucionar suas limitações técnicas, pesquisava uma forma de impressionar quimicamente o papel.

Talbot iniciou suas pesquisas fotográficas tentando obter cópias por contato de silhuetas de folhas, plumas, rendas e outros objetos.

O papel era mergulhado em nitrato e cloreto de prata e depois de seco fazia seu contato com os objetos, obtendo-se uma silhueta escura. Finalmente, o papel era fixado, de modo imperfeito, com amoníaco, ou com uma solução concentrada de sal. Às vezes, também era usado o idodeto de potássio.

No ano de 1835, Talbot construiu uma pequena câmara de madeira, com somente 6,30 cm2, que sua esposa chamava de "ratoeira". A câmara foi carregada com papel de cloreto de prata e, de acordo com a objetiva utilizada, era necessária de meia a uma hora de exposição. A imagem negativa era fixada em sal de cozinha e submetida a um contato com outro papel sensível. Desse modo, a cópia apresentava-se positiva, sem a inversão lateral. A mais conhecida nos mostra a janela da biblioteca da abadia de Locock Abbey, considerada a primeira fotografia obtida pelo processo negativo/positivo.

As imagens de Talbot eram bastante pobres, devido ao seu reduzido tamanho de 2,5 cm2, se comparadas com a Heliografia de Nièpce, de 20,3 x 60,5 cm, obtida nove anos antes. Sua lentidão, seu tamanho, e sua incapacidade de registrar detalhes não causavam interesse ao público, em comparação aos daguerreótipos.

Em 1839, quando chegaram à Inglaterra os rumores do invento de Daguerre, Talbot tinha aprimorado suas pesquisas e precipitadamente publicou seu trabalho e o apresentou à Royal Institution e à Royal Society. Sir Herchel logo concluiu que o Tiossulfato de sódio seria um fixador eficaz e sugeriu os termos: FOTOGRAFIA, NEGATIVO E POSITIVO.

Um ano depois, o material sensível foi substituído por iodeto de prata, sendo submetido, após a exposição, a uma revelação com ácido gálico. Mas para as cópias continuou a usar o papel de cloreto de prata. O processo, que inicialmente foi batizado de CALOTIPIA, ficou conhecido como TALBOTIPIA e foi patenteado na Inglaterra em 1841. Talbot comprou uma casa em Reading, contratou uma equipe para produzir cópias, fotografou várias paisagens turísticas e comercializava as cópias em quiosques e tendas artísticas em toda a Grã-Bratanha.

"THE PENCIL OF NATURE", o primeiro livro do mundo ilustrado com fotografias, foi publicado por Talbot em 1844. O livro foi editado em seis grandes volumes com um total de 24 talbotipos originais e continha a explicação detalhada de seus trabalhos, estabelecendo certos padrões de qualidade para a imagem.

Como o negativo da talbotipia não era constituído de um papel de boa qualidade como base de sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos detalhes devido à fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam em melhorar a qualidade da cópia, utilizando como base o vidro. 
A História da Fotografia:
Archer e suas placas úmidas

A dificuldade em usar o vidro como base do negativo era a de se encontrar algo que contivesse, numa massa uniforme, os sais de prata sensíveis à luz, para que não se dissolvessem durante a revelação.

Abel Niépce de Saint-Victor, primo de Nicéphore Niépce, descobriu em 1847 que a clara do ovo, ou a albumina, era uma solução adequada no caso de iodeto de prata. Uma placa de vidro era coberta com clara de ovo, sensibilizada com iodeto de potássio, submetida a uma solução ácida de nitrato de prata, revelada com ácido gálico e finalmente fixada no tiossulfato de sódio.

O método da albumina proporcionava uma grande precisão de detalhes mas requeria uma exposição de 15 minutos aproximadamente. Sua preparação era bastante complexa e as placas podiam ser guardadas durante 15 dias.

O ano de 1851 foi muito significativo para a fotografia. Na França, morreu Daguerre. Na Grã-Bretanha, como fruto da Revolução Industrial, foi organizada a "Grande Exposição", apresentando os últimos modelos produzidos.

Um invento que em pouco tempo chegou a suplantar todos os métodos existentes foi o processo do COLÓDIO ÚMIDO, de Frederick Scott Archer, publicado no "The Chemist" em seu número de março. Esse obscuro escultor londrino, com grande interesse pela fotografia, não estava satisfeito com a qualidade da imagem, deteriorada pela textura fibrosa dos papéis negativos, e sugeriu uma mistura de algodão de pólvora e éter, chamada colódio, como um meio de unir os sais de prata nas placas de vidro. O processo consistia em:
  1. Espalhar cuidadosamente o colódio com iodeto de potássio sobre o vidro, escorrendo até formar uma superfície uniforme.
  2. No quarto escuro, com luz alaranjada, a placa era submetida a um banho de nitrato de prata.
  3. A placa era exposta na câmara escura ainda úmida, porque a sensibilidade diminuía rapidamente à medida que o colódio secava. O tempo médio de exposição ao sol era de 30 segundos.
  4. Antes que o éter, que se evaporava rapidamente, secasse, tornando-se impermeável, revelava-se com ácido pirogálico ou com sulfato ferroso.
  5. A fixagem era feita com tiossulfato de sódio ou com cianeto de potássio (venenoso), e finalmente lavava-se bem o negativo.
O colódio, além de muito transparente, permitia uma concentração de sais de prata, fazendo com que as placas fossem 10 vezes mais sensíveis que as de albumina. Seu único inconveniente era a necessidade de sensibilizar, expor e revelar a chapa num curto espaço de tempo. Como Archer não teve interesse em patentear seu processo, morrendo na miséria e quase desconhecido, os fotógrafos ingleses podiam pela primeira vez praticar a fotografia.

Talbot, acreditando que sua patente cobria o processo colódio, levou ao tribunal um fotógrafo que utilizava a placa úmida em Oxford Street. O juiz pôs em dúvida o direito de Talbot de reclamar da invenção do colódio e os jurados decidiram que esta não infringia sua patente. Então a fotografia estava livre, pois além disso a patente de Daguerre havia expirado em 1853. A fotografia agora tinha condições de crescer em popularidade e a quantidade de aplicações do colódio cresceu durante 30 anos. O número de retratistas aumentou consideravelmente, pessoas de todas as classes sociais desejavam retratos e se estendeu o uso de uma adaptação barata do processo colódio chamada AMBROTIPO. 
A História da Fotografia:
As variações do colódio: o ambrótipo e o ferrótipo

A variante Ambrotipia, elaborada por Archer com a coloração de Peter Wickens Fry, consistia em um positivo direto obtido com a chapa de colódio. Branqueava-se um negativo de colódio sub-exposto, escurecia-se o dorso com um tecido preto ou um verniz escuro, dando assim a impressão de um positivo. Quando um negativo é colocado sobre um fundo escuro com o lado da emulsão para cima, surge uma imagem positiva graças à grande reflexão de luz da prata metálica. Dessa maneira o negativo não podia mais ser copiado, mas representava uma economia de tempo e dinheiro, pois se eliminava as etapas de obtenção da cópia. O nome Ambrótipo foi sugerido por Marcos A. Root, um daguerrotipista da Filadélfia, sendo também usado este nome na Inglaterra. Na Europa era geralmente chamado Melainotipo. Os retratos pequenos, feitos através deste processo, foram muito difundidos nos anos cinqüenta até serem superados pela moda das fotografias tipo "carte-de-visite".

Outra variação do processo colódio, o chamado Ferrótipo, ou Tintipo, produzia uma fotografia acabada em menos tempo que o Ambrótipo. Há divergências entre autores quanto ao criador do processo; para uns, o Ferrótipo foi elaborado por Adolphe Alexandre Martin, um mestre francês, em 1853. Para outros, foi Hanníbal L. Smith, um professor de química da universidade de Kenyon, quem introduziu o processo. Este processo era constituído por um negativo de chapa úmida de colódio com um fundo escuro para a formação do positivo. Mas, ao invés de usar verniz ou um pano escuro, era utilizada uma folha de metal esmaltada de preto ou marrom escuro, como suporte do colódio. O baixo custo era devido aos materiais empregados e sua rapidez decorria das novas soluções de processamento químico.

O Ferrótipo desfrutou de grande popularidade entre os fotógrafos nos Estados Unidos a partir de 1860, quando começaram a aparecer os especialistas fazendo fotos de crianças em praças públicas, famílias em piqueniques e recém casados em porta de igrejas.

O inconveniente de todos os processos por colódio era a utilização obrigatória de placas ainda úmidas. Idealizou-se várias maneiras de conservar o colódio em estado pegajoso e sensível durante dias e semanas, de forma que toda manipulação química pudesse ser realizada no laboratório do fotógrafo em sua casa, mas logo apareceu um processo "seco" que substituiu rapidamente o colódio: a gelatina. 
A História da Fotografia:
Maddox e sua emulsão de gelatina e brometo de prata

Maddox e sua emulsão de gelatina e brometo de prataEm setembro de 1871, um médico e microscopista Inglês, Richard Lear Maddox, publicou no British Journal of Photography suas experiências com uma emulsão de gelatina e brometo de prata como substituto para o colódio. O resultado era uma chapa 180 vezes mais lenta que o processo úmido, mas com o novo processo aperfeiçoado e acelerado por John Burgess, Richard Kennett e Charles Benett, a placa seca de gelatina estabelecia a era moderna do material fotográfico fabricado comercialmente, liberando o fotógrafo da necessidade de preparar as suas placas. Rapidamente várias firmas passaram a fabricar placas de gelatina seca em quantidades industriais.

Burgess comercializou a emulsão de brometo de prata e gelatina engarrafada, mas os resultados não foram satisfatórios devido à presença de sub-produtos tais como nitrato de potássio. Em 1873, Kennett vendia emulsões secas e placas preparadas com bastante sensibilidade à luz. Em 1878, Bennett publicou que conservando a emulsão a 32oC de quatro a sete dias, se produzia uma "maturação" que aumentava a sensibilidade.

Fabricantes britânicos como a Wratten & Wainwrigth e The Liverpool Dry Plate Co., em 1880, monopolizaram a fabricação de placas secas. Logo fábricas em todos os países passaram a imitá-los, até que em 1883 quase nenhum fotógrafo usava o material colódio. 
A história de George Eastman e da Kodak

George EastmanGeorge Eastman nasceu em 12 de julho de 1854, na vila de Waterville, estado de Nova York, Estados Unidos. Seus pais foram Maria Kilbourn e George Washington Eastman. Quando George ainda tinha 6 anos, seu pai vendeu o negócio que tinha e se mudou para Rochester para poder dedicar todo o seu tempo ao Colégio Comercial Eastman, nesta cidade. Com a morte do pai, dois anos mais tarde, começaram os tempos difíceis para a Sra. Eastman, George e suas duas irmãs mais velhas.

George conseguiu ficar na escola até os 14 anos e, mesmo sendo aplicado, nunca se destacou nos estudos. Nesta idade a pobreza obrigou George a deixar os estudos. Com determinação prometeu a si próprio aliviar a difícil situação financeira e ajudar no lar. Obteve um emprego de mensageiro em uma companhia de seguros, com um salário de 3 dólares semanais; e se destacou por ser cuidadoso e minucioso no trabalho. Um ano depois, já em outra companhia de seguros e pela sua dedicação, teve um aumento em seu salário para 5 dólares semanais. Para conseguir um emprego melhor, estudou contabilidade à noite. Em 1874, depois de ter trabalhado em companhias de seguros por 5 anos, e com apenas 20 anos de idade, ingressou no Banco de Poupança de Rochester.

George Eastman sempre foi austero e poupava mesmo quando ganhava os escassos 3 dólares semanais. Com um novo salário de 800 dólares anuais pôde poupar nos sete anos seguintes 3000 dólares que usou para iniciar seu negócio fotográfico. 
A História da Fotografia:
Ensaios de um aficionado

Aos 24 anos decidiu tomar merecidas férias. Havia trabalhado sem descanso na contabilidade do banco, ficando muitas vezes até altas horas da madrugada. A leitura sobre a ilha de São Domingos havia despertado seu interesse em visitá-la. Um engenheiro que trabalhava no sótão do banco lhe sugeriu que documentasse a viagem fotograficamente. Este conselho iniciou George Eastman na fotografia. Comprou um equipamento com todos os apetrechos necessários naqueles dias. A câmara era muito maior que as de hoje e necessitava de um tripé; a tenda que servia de câmara escura tinha que ser grande o suficiente para aplicar a emulsão nas placas de vidro antes da exposição e para revelá-las em seguida. O equipamento incluía, além disso, as soluções químicas, tanques de vidro, um pesado suporte para as placas e uma jarra para a água. As aulas para aprender a tirar fotografias lhe custaram 5 dólares.

Apesar de não ter viajado para São Domingos, quando aprendeu a tirar fotos com placas úmidas foi fotografar a ponte da ilha de Mackinac. Como o tanque de vidro cheio de nitrato de prata para sensibilizar as placas tinha que estar hermeticamente fechado e bem protegido, ele o envolveu em sua roupa de viagem. Apesar de tantas precauções, o tanque se rompeu e ele teve que comprar roupa nova.

Um grupo de turistas se colocou na ponte para posar e observaram como Eastman enfocou a câmara, entrou na tenda para sensibilizar a placa e saiu pronto para tirar a foto. Apesar do calor, o fascinado grupo permaneceu ali durante a longa e complicada operação, e esperou ele sair da tenda após revelar a placa. Estava olhando a foto quando alguém lhe perguntou se vendia. "Não é para vender", respondeu. "Sou um aficionado". Ao saber disto, o curioso se indignou declarando que quando alguém não mais do que um aficionado devia indicar isto com uma placa.

Se bem que no início queria simplificar a fotografia para satisfação pessoal, logo considerou as possibilidades de fabricar placas secas para vender. Como fonte de referência para suas experiências leu todas as publicações disponíveis sobre a matéria e consultou a Enciclopédia Britânica de uma biblioteca.

Trabalhava no banco de dia e experimentava na cozinha de sua mãe durante as noites, misturando e cozinhando soluções de segunda a sexta. Se deitava no sábado à noite e dormia até a manhã de segunda, só acordando para comer. Segundo sua mãe, algumas vezes estava tão cansado que não conseguia tirar a roupa e dormia no chão da cozinha, perto do fogão.

Os três primeiros anos de suas experiências fotográficas foram os mais duros de sua vida de trabalho. O medo da pobreza que assustava sua mãe e irmãs, uma delas vítima da poliomielite, foi a força motriz que o levou a ganhar dinheiro para ajudar a família. A firmeza de sua determinação e seu profundo amor pela mãe constituíram os motivos propulsores de grande parte de sua existência. 
A História da Fotografia:
Nasce uma empresa

Nasce uma empresaEm abril de 1880, George Eastman alugou o terceiro andar de um edifício de Rochester e começou a fabricar placas secas para venda. As dificuldades que surgiam eram enfrentadas e resolvidas. 

A nova companhia sofreu um duro golpe quando se perdeu um lote de placas secas nas mãos dos distribuidores. Mesmo tendo aceitado todas de volta, Eastman não pôde devolvê-las até depois de muitas experiências e uma viagem à Inglaterra para averiguar porque suas emulsões falharam. 
A História da Fotografia: 
Em busca da simplicidade

Eastman se dedicou ao desenvolvimento de novos produtos para simplificar a fotografia. Procurava encontrar uma base mais leve e flexível que o vidro. Primero usou papel para o suporte da emulsão; o rolo de papel estava protegido em um "porta-rolo" e se usava nas câmaras da mesma forma como as "porta-placas" de vidro.

Nesta época o Sr. Eastman não previa o futuro dos materiais fotográficos para uso do amador, que dois anos mais tarde chegou a ser um fator tão importante em seu negócio. Sua idéia, no início, era trocar as placas de vidro usadas pelos fotógrafos profissionais.

Em 1885 anunciava que estava introduzindo uma nova película sensível que seria um substituto econômico e conveniente para as placas de vidro, tanto para tomadas internas quanto externas. Apesar do sistema de porta-rolos ser adequado e ter um êxito inicial, o papel não era inteiramente satisfatório como suporte da emulsão porque a granulação do papel se reproduzia na cópia.

Eastman substituiu o papel pela película de colódio mas não conseguiu fabricar uma que fosse suficientemente forte para sustentar a emulsão. Então decidiu cobrir o papel com uma camada de galatina comum solúvel e em seguida com outra insolúvel, sensível à luz. Depois de exposta e revelada, a gelatina com a imagem se soltava do papel, se transferia a uma folha de gelatina clara e se envernizava como colódio.

Foi então que Eastman mudou de idéia, alterou a direção de seu trabalho e estabeleceu o curso que o levou ao êxito na fotografia. Em certa ocasião disse: "Quando concebemos nosso plano para a fotografia em películas, esperávamos que todos os que usavam placas de vidro adotassem este novo meio, mas foram poucos os que o fizeram. Era evidente que para ter um grande negócio teríamos que chegar ao público". 
A História da Fotografia:
Fotografia para todos

Para chegar ao público, Eastman decidiu fabricar um novo tipo de câmara. Esta, introduzida em 1888, foi a primeira câmara Kodak. Era do tipo "caixão", leve e pequena, carregada com um rolo de papel para 100 exposições. O preço da câmara carregada, estojo e correia era de 25 dólares. Uma vez feita a exposição, se enviava a câmara a Rochester, onde o rolo exposto era retirado, processado, feitas as cópias e colocado um novo rolo, tudo por 10 dólares. Isto foi uma mudança radical na política da empresa.

O porta-rolo havia sido imposto no sistema fotográfico.

A câmara Kodak havia criado um mercado completamente novo e transformado em fotógrafos aqueles que só queriam tirar fotos e não tinham nenhum conhecimento da matéria. Qualquer um podia "apertar o botão" e a companhia do Sr. Eastman "fazia o resto".

Eastman continuou experimentando para substituir a base de papel. Contratou um jovem químico que fez soluções de nitrocelulose em vários solventes e chegou a produzir uma base de película flexível e resistente.

Em agosto de 1889 saíram para venda os primeiros rolos de película transparente. No início era fabricada estendendo uma solução de nitrocelulose sobre uma mesa de vidro de 66 metros de comprimento e 1.06 metros de largura. Uma vez seca, se cobria com substrato de silicato de soda para reter a emulsão e logo se revestia com uma emulsão de gelatina. A nova película era transparente e sem grandes granulações e podia servir de base permanente para a imagem negativa, evitando-se a descolagem. Além disso, era possível produzi-la em tiras de 66 metros de comprimento. Esta película transparente e flexível de Eastman, junto com o aparelho desenhado simultaneamente por Edison, asseguraram o êxito da cinematografia.

Fotografia para todosEm 1891 se melhorou ainda mais a película transparente para amadores ao colocá-la em carretéis que podiam ser colocados na câmara em plena luz do dia. A câmara não precisava mais ser enviada a Rochester para ser recarregada e os rolos de filme podiam ser comprados praticamente em qualquer lugar.

As câmaras para a nova película se simplificaram ainda mais. A câmara Kodak dobrável, de bolso, foi lançado no mercado em 1898; um fole permitia que se recolhesse a lente. Em 1900 apareceu a primeira câmara Brownie, para crianças, ao preço de um dólar.

O desenvolvimento da fotografia com rolos de película criou uma situação muito diferente daquela até então existente. Antes da aparição das câmaras Kodak e Brownie, o fotógrafo devia ter certa habilidade manual, pois devia processar seus próprios negativos e fazer as impressões e, por conseguinte, estava interessado nos aspectos técnicos. Os novos fotógrafos usavam câmaras simples, para filmes em rolo, sem ter que preocupar com a técnica fotográfica ou com o mecanismo dos equipamentos. Só tinham que fotografar os motivos de seu agrado. A fabricação de filme se converteu em uma operação industrial e o fotoacabamento era feito por milhares de pequenos laboratórios que revelavam o filme e faziam as cópias para os fotógrafos.


George Eastman, com sua câmara nº1
George Eastman,
com sua câmara nº1
George Eastman sempre esteve muito interessado nos avanços técnicos, mas sua maior preocupação foi desenvolver métodos simples, para que o público pudesse ter prazer com a fotografia. Este princípio constituiu sua maior contribuição à indústria. Segundo Charles G. Abbott, "foi uma revolução fotográfica concebida pela devoção de um aficionado".

Em 1923 lançou no mercado o primeiro filme de 16mm em branco e preto, o processo correspondente e a câmara para cinema portátil Kodak. O filme podia ser carregado na câmara à luz do dia; logo depois de exposta se enviava à Kodak para o processamento reversível e se devolvia pronto para ser projetado em casa. Filmar em 1924 já era tão fácil quanto tirar fotos: simplesmente "apertando o botão".

Fotografia para todosEastman queria resultados também na fotografia a cores e trabalhou em vários processos. O primeiro processo Kodacolor (que não deve ser confundido com o filme atual, de mesmo nome) se aproximou dos requisitos procurados e as melhorias continuaram até a fotografia colorida ficar tão simples quanto em branco e preto
A História da Fotografia:
O legado fotográfico de Eastman

Este aficionado de Rochester, ao simplificar a difícil e especializada arte fotográfica daquela época, facilitou a tomada de fotografias ... "somente com o apertar de um botão".

Fez da fotografia um auxiliar eficaz na medicina, educação, ciência, indústria, arte e entretenimento.

Eastman foi, ainda, um pioneiro no campo das relações trabalhistas. Acreditava que para ter muito êxito, os empregados deviam ter algo mais que bons salários. Suas idéias eram muito avançadas para a sua época, mas ele sabia que a aplicação desta filosofia resultaria em mais lealdade e melhor produção.

Já nos primeiros anos de seu negócio começou a planejar para que seus empregados pudessem participar nos lucros da empresa. Em 1898 distribuiu uma considerável soma de seu próprio dinheiro entre os empregados. Mais tarde criou o "Fundo de Benefício" e logo o "Dividendo do Empregado", que davam direito a cada trabalhador a uma soma proporcional ao dividendo anual das ações da companhia. Este dividendo, ou "abono" anual, foi uma verdadeira inovação. A prosperidade de uma organização, dizia Eastman, não se deve necessariamente a invenções e patentes, mas sim à boa vontade e lealdade dos empregados, que se asseguram com certa forma de participação nos resultados.

Cumprindo com o que ele considerava uma responsabilidade de empresário, estabeleceu planos de aposentadoria, seguros de vida e ajuda para incapacitados.

Carl W. Ackerman, seu biógrafo, escreve: "O Sr. Eastman foi um gigante de sua época. A filosofia social que praticou ao desenvolver sua companhia não só se adiantou à sua época, como ainda se passaram muitos anos antes de ser amplamente reconhecida e aceita".
A História da Fotografia:
Doa sua fortuna

George Eastman é tão conhecido como filantropo quanto como o criador de uma nova era na fotografia. Doou 20 milhões de dólares para o Instituto Tecnológico de Massachussets, de forma anônima, como sendo um certo "Sr. Smith", que se popularizou em uma conhecida canção do Instituto.

Estabeleceu um plano dental massivo para crianças com clínicas dentais em Rochester, Londres, Paris, Roma, Bruxelas e Estocolmo, custando somente a clínica de Rochester 2,5 milhões de dólares, pois acreditava - de forma correta - que as crianças com dentes bem cuidadas teriam mais oportunidades na vida devido à sua melhor aparência. 

Amava a música e queria que todos pudessem se deleitar com ela, criando uma escola de música, um teatro e uma orquestra sinfônica, existentes até nossos dias com muito sucesso.

Promoveu e levou a cabo um plano para a criação de uma Faculdade de Medicina e Hospital para a Universidade de Rochester e em 1924 doou 30 milhões de dólares à Universidade de Rochester, Instituto Tecnológico de Massachussets, Hampton e Muskegee - estes últimos institutos para a educação dos negros.

Nada disto foi feito por impulso, mas sim por uma convicção fundamentada em cuidadoso estudo e conhecimento obtidos através de consultas com os especialistas em negócios, em música, em medicina, em educação. Para ele sua grande fortuna lhe oferecia uma melhor oportunidade de ser útil.

George Eastman era um homem modesto, avesso à publicidade. Foi inventor, técnico, organizador e executivo com visão patriótica e filantrópica. Foi o primeiro fabricante dos Estados Unidos que formulou e colocou em prática a moderna política de produção em grande escala e baixo preço, para distribuição mundial, amplamente respaldada por investigações científicas e grande publicidade.

Viveu a sua filosofia: "O que fazemos em nossas horas de trabalho determina o que temos; o que fazemos em nossas horas de ócio determina o que somos". 

Doa sua fortunaPor ocasião de sua morte, em 1932, o editorial do jornal New York Times dizia: 

"Eastman foi um fator relevante na educação do mundo. Daquilo que capitalizou por suas grandes contribuições à raça humana, deu generosamente para seu bem estar; patrocinou a música e o saber; apoiou o ensino e a investigação científica; procurou diminuir o sofrimento humano favorecendo a instituições sanitárias; ajudou os mais necessitados em sua luta cotidiana; fez de sua cidade um centro artístico, glorificou sua pátria ante os olhos do mundo".